Cláudia Collucci da Folha de São Paulo deste Domingo 02/02/2020 escreve essa preocupante Matéria
Gripes e pneumonias matam por ano 80 mil pessoas no Brasil; novo vírus deixou, até a sexta (31),
259 mortos na China
A eventual chegada do novo coronavírus ao Brasil se somará a gripes e pneumonias que já matam por ano mais de 80 mil pessoas. Só o vírus influenza responde por uma média de 500 mortes anuais.
Até a noite de sexta (31), havia 259 mortos e mais de 11 mil infectados pelo coronavírus. Seu impacto no sistema de saúde brasileiro ainda é imprevisível. Dependerá do seu poder de transmissão e de mortalidade, dados ainda imprecisos, considerando que o real número de infectados é desconhecido.
Ainda não há caso confirmado no país. Até sábado (1º), eram 16 suspeitos impacto no sistema de saúde brasileiro ainda é imprevisível. Dependerá do seu poder de transmissão e de mortalidade, dados ainda imprecisos, considerando que o real número de infectados é desconhecido. Ainda não há caso confirmado no país. Até sábado (1º), eram 16 suspeitos.
“Temos dois cenários possíveis: o vírus pode se espalhar com rapidez e se mostrar mais infectante, causando mais doenças e mortes, ou se enfraquecer e se tornar mais um, como o da influenza, uma gripe forte que vai e volta. Em breve, os cenários estarão mais claros”, diz a médica Fátima Marinho, do Instituto de Estudos Avançados da USP.
Mas levando em conta o fato de que o SUS já está saturado com as atuais demandas de saúde e enfrenta subfinanciamento crônico agravado pelo congelamento dos gastos em saúde, o cenário é preocupante, dizem especialistas.
“A crise econômica e consequente redução de políticas sociais enfraqueceu o sistema de saúde e a vigilância de doenças. Isso pode tornar mais vulnerável a população nas situações de pandemias e surtos internos”, afirma Marinho.
“O sistema não está bom. O SUS já está trabalhando além do limite, está sobrecarregado e com uma falta de recursos que deve ser agravada com a diminuição do orçamento da saúde. Em muitos estados não há governos primando por investimentos na área”, reforça Cláudio Maierovitch, sanitarista da Fiocruz Brasília.
O orçamento da saúde previsto para 2020 é de R$ 136 bilhões. Em 2019 foi de R$ 147 bilhões, segundo informações do Portal Transparência.
Na última quinta (30), o Ministério da Saúde anunciou que abrirá licitação para contratar cerca de mil leitos extras de UTIs. A análise do governo é que o número de leitos disponíveis é insuficiente e eles já têm alta ocupação.
A situação pode piorar se houver uma sobreposição de epidemias. O estado de São Paulo, por exemplo, já vive um aumento de casos de dengue neste ano. São 24.888 registros, com um óbito.
“Dependendo de quando o coronavírus chegar, estaremos em plena epidemia de dengue. Tudo indica que será uma epidemia grande neste ano. Se coincidir de cidades terem as duas epidemias ao mesmo tempo, é provável que tenhamos uma coisa mais séria, com serviços muito superlotados”, diz Maierovitch.
Fonte Folha de São Paulo
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