Texto do Jornalista Messias Mendes sobre a importância de haver eleições Diretas
Num momento de crise como este, melhor é seguir o que a Constituição determina. No caso de cassação ou renúncia de Temer, a Carta Magna recomenda eleição indireta para um mandato tampão, que nesse caso seria de no máximo um ano.
Mas estou começando a acreditar que um presidente indireto , eleito por um Congresso Nacional contaminado pela corrupção, viria com a missão a ele imposta por forças políticas enlameadas, de dinamitar o processo sucessório do ano que vem.
Isso poderá ocorrer, quase com certeza, se a Justiça não tiver em mãos provas concretas para condenar Lula e o tornar inelegível. Uma condenação apenas com base em suposições e dentro daquele espírito da teoria de domínio do fato, seria um escândalo internacional. Daí porque ser perfeitamente possível mais um golpe contra a democracia.
Pensando nisso, não dá pra deixar as eleições diretas para depois. Mas que o eleito, possivelmente lá para novembro ou dezembro, assuma com mandato de 5 anos.
Creio que, seja ele quem for, se estiver com a legitimidade do voto reunirá amplas condições de conduzir o país para a recuperação. E o que é mais importante: sem chicanas parlamentares, que visem retirada de direitos, como deixam claro as tais reformas trabalhista e previdenciária.
Em tempo: invoco o frei Leonardo Boff para dizer que a recomendação de eleição indireta para o caso atual não é uma causa pétrea, e portanto, uma emenda a mais e uma a menos não fará diferença agora. Até porque, o novo Congresso a ser eleito em 2018 deve pensar seriamente numa Assembléia Nacional Constituinte, para legar ao país uma nova carta, ainda que com base na Constituição Cidadã. Isso pelo simples fato de que a Constituição Cidadã de 1988 “está coberta de band-aids, tantas foram as emendas que equivalem a metade do seu texto”.
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