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quarta-feira, 15 de março de 2017

"Democracia brasileira está tomada pela corrupção"


Em carta enviada no fim da tarde de ontem terça-feira (14) aos integrantes da Procuradoria Geral da República (PGR), o chefe do Ministério Público Federal, Rodrigo Janot, afirmou que as delações dos ex-executivos da Odebrecht mostram a "triste realidade" de uma democracia "tomada pela corrupção" e pelo abuso do poder econômico e político

A mensagem foi enviada pelo procurador-geral logo após ele pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de 83 inquéritos para investigar autoridades citadas nas delações da Lava Jato.

O procurador-geral pediu a retirada do segredo de Justiça de todo o material, sob o argumento de que é necessário promover transparência e atender ao interesse público

Continue lendo na fonte G1.GLOBO

Trecho final da mensagem publica do Procurador Geral da República divulgada pelo g1

"A expectativa em relação ao encaminhamento que daríamos aos depoimentos decorrentes do acordo da Odebrecht tem provocado muita apreensão no meio político, na imprensa e na sociedade de forma geral. As revelações que surgem dos depoimentos, embora já fossem presumidas por muitos, lançadas assim à luz do dia, em um procedimento formal perante a nossa Suprema Corte, nos confrontarão com a triste realidade de uma democracia sob ataque e, em grande medida, conspurcada na sua essência pela corrupção e pelo abuso do poder econômico e político.
Certamente o MPF terá dois desafios institucionais a vencer a partir de hoje: manter, como sempre o fez, a imparcialidade diante dos embates político-partidários que decorrerão do nosso trabalho e velar pela coesão interna. Não temos a chave mágica para a solução de todos os problemas revelados com a Lava Jato – especialmente agora, com a colaboração da Odebrecht –, mas, na parte que nos compete, asseguro a todos vocês que continuarei a conduzir o caso sob o viés exclusivamente jurídico, sob o compasso da técnica e com a isenção que se impõe a qualquer membro do Ministério Público.
Por fim, é preciso ficar absolutamente claro que, seja sob o ponto de vista pessoal – sou um democrata congênito e convicto –, seja sob a ótica da missão constitucional do MP de defender o regime democrático e a ordem jurídica, o trabalho desenvolvido na Lava Jato não tem e jamais poderia ter a finalidade de criminalizar a atividade política. Muito pelo contrário, o sucesso das investigações sérias conduzidas pelo MPF até aqui representa uma oportunidade ímpar de depuração do processo político nacional, ao menos para aqueles que acreditam verdadeiramente que é possível, sim, fazer política sem crime e que a democracia não é um jogo de fraudes, nem instrumento para uso retórico do demagogo, mas um valor essencial à sociedade moderna e uma condição indispensável ao desenvolvimento sustentável do nosso país"
Coragem e confiança!
Forte abraço.
Rodrigo Janot

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