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domingo, 21 de agosto de 2016

Principais falas de Lula em entrevista à BBC Brasil a uma semana do julgamento de Dilma

O ex presidente Lula concedeu uma longa entrevista à repórter da BBC Brasil há menos de uma semana para o julgamento final que pretende afastar Dilma Rousseff no Senado.

As perguntas e respostas dele na íntegra estão nesse link: ultimosegundo.ig.com.br o lider de honra   do Partido dos Trabalhadores defende a tese de é preciso investir no povo pobre para recuperar a economia, e fala de se sentir como no filme esqueceram de mim ao se referir à realização das Olímpiadas.

Trechos mais relevantes das respostas de Lula sobre vários temas:

"Eu não acho isso um comportamento inteligente da Justiça. Um comportamento inteligente é aquele que você investiga, você prova, você acusa, julga e condena. Um julgamento que não é inteligente, você faz um pacto com a imprensa, a imprensa faz a manchete de jornal, ela vai te criminalizando junto à opinião pública sem nenhuma prova. Depois de dez acusações em horário nobre na televisão ou na primeira página dos jornais, você, mesmo inocente, estará condenado dentro da opinião pública."

"O que nós temos que admitir é que só para resolver o problema do sistema financeiro já foram gastos mais de US$ 13 trilhões, e ainda não resolveu. Se esses US$ 13 trilhões fossem colocados par financiar desenvolvimento nos países pobres, a gente não teria essa crise durante o tanto que durou"

"Eu sou muito otimista com relação ao Brasil. Quando fui em 2009 a Copenhague para conquistar as Olimpíadas, a gente defendia que o Brasil chegaria em 2016 sendo a quinta economia mundial. Nós tínhamos passado a Inglaterra naquele tempo, nós já éramos uma economia mais rica do que a Inglaterra"

"Esse País é muito grande. Não sei se eu sou excessivamente otimista, mas eu sinceramente acho que é muito fácil fazer o Brasil voltar a crescer. É muito fácil. O que precisa é acreditar no Brasil e acreditar que nossa solução está aqui dentro, confiando no povo brasileiro e fazendo esse País voltar a acreditar em si próprio como fizemos nos últimos 12 anos"

"Não dá para a gente ficar dependendo apenas da economia mundial. Nós temos um potencial interno muito grande, um mercado interno muito forte e um povo precisando de muita coisa. Portanto, é preciso a gente pensar outra vez que o pobre pode ser a solução do nosso país, e não o problema"

"Eu acho que tem uma palavra mágica, que vale para qualquer país do mundo, que é credibilidade. É preciso recuperar a credibilidade do País no próprio País. E o importante é fazer que o povo acredite que as coisas vão acontecer. Se o sistema financeiro não tem crédito, se os empresários não confiam na política, se o Estado não tem dinheiro para investir, não tem como acontecer um milagre"

"Se não fosse a imprensa estrangeira cobrir com uma certa isenção e autonomia o impeachment da presidente Dilma...Porque a versão da imprensa brasileira é um horror, ela não quer saber da verdade, ela sabe que a Dilma não tem culpa, sabe que a Dilma está sendo cassada politicamente e não cometeu nenhum crime, mas finge que não sabe"

"Então, graças a Deus, foi através da imprensa estrangeira que a gente conseguiu fazer com que líderes importantes no mundo inteiro se dessem conta de que o País está rasgando a sua Constituição, está rompendo com a nossa democracia incipiente. É isso o que eu quero, que haja um debate no mundo sobre o que está acontecendo no Brasil"

"O que não queremos e não poderemos aceitar é que as pessoas façam um pacto com a imprensa, contem mentiras para a imprensa, ou a imprensa conte mentiras para elas, porque tanto a imprensa serve alguns procuradores como os procuradores servem à imprensa, tanto o delegado serve à imprensa quanto a imprensa serve ao delegado. É uma alimentação mútua na perspectiva de criar fato consumado"

"Eu não acho isso um comportamento inteligente da Justiça. Um comportamento inteligente é aquele que você investiga, você prova, você acusa, julga e condena. Um julgamento que não é inteligente, você faz um pacto com a imprensa, a imprensa faz a manchete de jornal, ela vai te criminalizando junto à opinião pública sem nenhuma prova"

 "Depois de dez acusações em horário nobre na televisão ou na primeira página dos jornais, você, mesmo inocente, estará condenado dentro da opinião pública. Eu não sou o primeiro ser humano a ser vítima de um processo de calúnia e não serei o último. A história da humanidade está cheia desse tipo de processo. Eu só encontro uma explicação para tentarem fazer o que estão fazendo comigo: é tentar tirar o Lula da vida política desse País. Eu que fiz tão bem"

"A coisa é tão grave que todo mundo sabe o esforço que eu fiz para trazer essa Olimpíada para o Brasil. E no dia da inauguração da Olimpíada eu me senti como o menino do filme Esqueceram de Mim. Ou seja, eu não estava presente numa festa em que fui responsável dela vir para cá"

"Porque ninguém nunca cuidou tanto dos pobres desse País como nós cuidamos. Não é só cuidar materialmente, de melhorar qualidade de vida. É cuidar da autoestima desse povo. É acabar com esse complexo de vira-lata. O Brasil passou a ser importante no mundo, interlocutor, protagonista"

"O Brasil tem potencial econômico, um povo que gosta de trabalhar, fronteira com 12 países, é um país que estabeleceu relações comerciais com o mundo inteiro. Na minha opinião é fácil o Brasil se recuperar"

"É uma lição. A nossa briga agora é para não permitir que os trabalhadores percam aquilo que conquistaram nos bons períodos do país. Aumento de salário, programas sociais que não permitiram que a miséria voltasse. Lamentavelmente, nós estamos com o desemprego crescendo e isso é muito ruim. O emprego é uma coisa que dá cidadania ao ser humano. O ser humano, se tem emprego, saúde e salário, ele está muito bem"

"Eu torço para o Brasil ficar bem em qualquer momento. Porque se o Brasil estiver mal, eu também estou mal. Se o Brasil for mal, o povo vai sofrer. Primeiro, eu estou torcendo para dia 29 o Congresso não afastar a Dilma. Eu tenho esperança. Eu sou um homem de muita esperança"

"Vai ser um momento importante, um momento histórico porque a presidenta vai ao Senado se expor. Ela corajosamente vai se colocar diante de seus acusadores para que o Judas Iscariotes possa acusá­la na frente dela. E ela vai tentar mostrar para eles o erro que estão cometendo. Se a Dilma não conseguir convencer os 28 senadores (número necessário para evitar o impeachment), ela vai estar fazendo um gesto histórico neste País"

"É uma mulher de coragem se expor diante de 81 senadores e ouvir de cada um, olho no olho de cada um, a acusação e poder, olho no olho, se defender. Eu quero saber como os senadores vão voltar para casa e olhar para suas mulheres, filhos, netos. Eles vão ter que reconhecer que ilegalmente eles afastaram uma pessoa eleita nesse país"

"E a história não julga na mesma semana. Às vezes a história demora séculos para julgar e eu trabalho com isso. A história não termina dia 29. Ela começa dia 29"

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