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sexta-feira, 24 de junho de 2016

Previdência quebrada "O conto do vigário"

Jornalista Messias Mendes 

Toda vez que há uma discussão, um artigo ou comentário de algum economista sobre o rombo das contas públicas, a Previdência aparece como vilã. Ouvi várias vezes o comentarista da CBN, Carlos Alberto Sardemberg, culpar o INSS pelo déficit fiscal, induzindo o ouvinte à compreensão de que a Previdência Social está quebrada e por estar quebrada torna-se a grande responsável pelo caos financeiro do país. Isso é uma falácia. Pelo menos na visão do professor Odilon Guedes, mestre em economia pela PUC/SP e que inclusive já foi presidente do Sindicato dos Economistas do Estado de São Paulo.

Seus argumentos são respaldados em dados concretos, como os R$ 53,9 bilhões de superávit da Seguridade Social em 2014 . “É possível concluirmos que não há déficit na Seguridade Social e nem na Previdência”, diz, criticando o que chama de propagação irresponsável de que a Previdência é a grande vilã do déficit público, quando na verdade os vilões são outros. São, por exemplo, o pagamento de R$ 500 bilhões de juros da dívida e a sonegação de grandes grupos econômicos (vide caso da Operação Zelotes). Além , é claro, do ralo da corrupção.

Pelo que deu pra entender de um artigo que li desse brilhante economista , a estratégia de culpar a Previdência pelo rombo das contas públicas, que vem alimentando o noticiário econômico há muito tempo, faz parte de um jogo de truco com cartas marcadas. E o governo truca justamente em cima dos aposentados e pensionistas, cujos benefícios estão sempre sendo comidos pela inflação. O pior de tudo, é que a elite econômica, que não precisa de benefício previdenciário pra sobreviver, e jornalistas especializados em economia, regados a altos salários e vantagens outras, fazem coro a esse discurso safado.


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