Por Ricardo Senra Enviado especial, da BBC Brasil a Brasília
Fonte R7
Para pesquisadores, "imaturidade" brasileira nas redes explica popularidade dos boatos
A “guerra da desinformação” nas redes sociais fez mais de 200 mil vítimas na semana que antecedeu o domingo (17) de votação do impeachment, na Câmara dos Deputados.
Levantamento do Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas de Acesso à Informação da USP, ao qual a BBC Brasil teve acesso, revela que três das cinco reportagens mais compartilhadas por brasileiros no Facebook entre terça-feira e sábado são falsas.
Apesar de ocuparem o topo do ranking de acessos, as matérias são desmentidas em notas oficiais ou reportagens publicadas pela imprensa (veja mais abaixo).
Os boatos presentes no "top 5" de compartilhamentos na rede social mais popular do país são os seguintes:
"Polícia Federal quer saber os motivos para Dilma doar R$30 bilhões a Friboi" , do site Pensa Brasil (3º lugar no ranking geral da semana, com 90.150 compartilhamentos)
"Presidente do PDT ordena que militância pró-Dilma vá armada no domingo: 'Atirar para matar'" , do site Diário do Brasil (4º lugar, com 65.737 compartilhamentos).
"Lula deixa Brasília às pressas ao saber de nova fase da Lava-Jato. Seria um mandado de prisão?" , do site Diário do Brasil (5º lugar, com 58.601 compartilhamentos).
Procurado pela reportagem, o Diário do Brasil disse que a reportagem sobre o suposto presidente do PDT "não era exclusiva" e insiste que a notícia é real — ainda que o homem retratado na reportagem não seja presidente regional da legenda, que desmentiu o boato.
Sobre o suposto mandado de prisão contra Lula, o site diz que a reportagem original foi publicada em 10 de março, às vésperas da Operação Xepa — que não trouxe qualquer mandado contra o ex-presidente.
A reportagem fez novos questionamentos e perguntou por que a matéria foi republicada no dia 14, mas não teve resposta. OPensa Brasil não respondeu aos questionamentos da BBC Brasil.
“Parte considerável das brasileiras e dos brasileiros entrou na era digital muito recentemente com a popularização dos smartphones. É de se esperar que com o tempo, conforme as pessoas se acostumem com as plataformas e conforme o debate em torno delas amadureça, elas se relacionem com essas ferramentas de maneira mais crítica e menos ingênua”, diz o Professor da USP Marcio Moretto Ribeiro.
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