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terça-feira, 27 de outubro de 2015

'Golpes militares estão sendo substituídos por impeachment', diz Professor de Direito


Afastamento de presidentes da República do cargo fora do período de eleições se tornou "uma nova patologia" na política da América Latina, afirma o ex-governador de São Paulo Cláudio Lembo, em entrevista ao colunista Bernardo Mello Franco, na edição desta terça-feira (27) da "Folha de S.Paulo".

"Os golpes militares da época da Guerra Fria estão sendo substituídos pelo impeachment. A função do Congresso é fiscalizar os governos, e não derrubá-los. Isso é o mesmo que bater às portas dos quartéis", diz Lembo, que é professor de Direito da USP.

Filiado ao DEM até 2011, o ex-governador de São Paulo inclui o partido e o PSDB entre os que querem "derrubar o governo a qualquer custo" por não se conformarem com o resultado da eleição um ano depois. "A oposição não aceitou o resultado da eleição e quer derrubar o governo a qualquer custo. Só sabem falar em impeachment. Estão perdidos, em estado de neurose coletiva".

Lembo critica também o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que tem dito que a presidente Dilma Rousseff deve renunciar: "Um ex-presidente não devia falar isso. Eu também acho que ele (FHC) poderia ter renunciado quando comprou a reeleição", afirma o ex-governador.

À "Folha", Cláudio Lembo defende que a lei para impedimento de mandato exige um crime de responsabilidade e que ele não vê isso. "Ninguém diz que a presidente enriqueceu. Sua honra está preservada".

A proposta de impeachment, diz o professor de Direito, é um instrumento violento que desrespeita a população. "Não se deve buscar interromper o mandato eletivo. Isso é um desrespeito à população, seja quem for o eleito. O impeachment é um instrumento violento, que causa instabilidade à economia e ao país", sentencia.





Um comentário:

  1. Posso até concordar com o ex-governador. Porém, se o pt aguentar mais 3 anos no poder, o Brasil é que não aguentará. Afundaram a nação com pseudos programas sociais e com o inchamento inaceitável da máquina pública, resultando em infinidades de cargos sem função, isto tanto no executivo quanto no legislativo. Não investiram no primordial, ou seja, infra-estrutura e no setor produtivo.

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